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Doação de óvulos: conheça histórias de quem doou e de quem recebeu

 (Foto: Ilustração: Bárbara Malagoli)

Veja os depoimentos de mulheres que passaram pelo processo de ovodoação e de ovorecepção

Relato de quem doou

“Vim de uma família cheia de crianças e o meu sonho sempre foi me tornar mãe. Eu conheci o meu marido com 19 anos e me casei nova. Percebi que estava difícil engravidar e, após um tempo, descobrimos que o problema era com ele: só 2% dos espermatozoides eram vivos e saudáveis. Eles não tinham força e morriam muito rápido, por isso não dava para engravidar naturalmente. Então partimos para a FIV, quando eu estava com 28 anos. Na punção, conseguiram tirar 29 óvulos, o que é bastante. Implantaram dois embriões na primeira tentativa, mas não deu certo. Eu fiquei mal, é uma luta com muita dor. Na segunda fertilização, engravidei. Foram colocados dois embriões novamente, mas apenas um se desenvolveu. Quando os médicos confirmaram a gestação, eu só agradecia. Fiquei muito feliz. É um processo que envolve o lado emocional, porque é um momento frágil, então não pensamos em muitas coisas. Acabei doando 19 óvulos. Eu não me arrependo de ter doado, porque sei que muitas mulheres sofrem por não poder engravidar – e ser mãe também é o sonho delas. Por que não ajudar? Eu fiquei em paz com a doação e penso que as mulheres que receberam se realizaram da mesma forma que eu me realizei. Se a gente pode fazer o bem a alguém, por que não? Agradeço todos os dias por ter a minha filha. Ela é muito mais do que eu esperava.” 
Ana Paula Lima, 32, dona de casa, mãe de Beatriz Vitória, 4 anos

Relato de quem recebeu 

“Eu me casei com 29 anos e logo em seguida parei de tomar a pílula para poder engravidar. Depois de seis meses, nada aconteceu. Instruída pela ginecologista, tomei comprimidos que induziam a ovulação, mas também não funcionou. No início de 2014, eu e meu marido fomos encaminhados para um especialista em reprodução humana. Ele pediu mais uma bateria de exames que a minha médica não tinha pedido antes. Era tudo novidade para nós. Ninguém imagina que não vai conseguir engravidar. Eu ainda era nova, mas tinha baixa reserva ovariana [poucos óvulos disponíveis e de baixa qualidade]. Começamos então a rotina de FIV. Fizemos cinco tentativas no total, sendo que transferência de embrião foram apenas três vezes. Foi um longo processo. Na última tentativa, eu troquei de clínica. Diante de tanto desgaste emocional, financeiro e da falta de perspectiva, fiquei me perguntando até quando iríamos tentar. No início, eu não cogitava a ovorecepção, eu não tinha essa abertura. Mas, com as dificuldades que surgiram, as coisas foram mudando. A gente percebe que nem sempre consegue cumprir o roteiro da vida como gostaria. Comecei a cogitar um embrião doado e cheguei a entrar em contato com a clínica. Só que aí pensei: ‘por que não a ovodoação?’ Qual o problema de não ter metade do meu material genético se eu vou gerar, nutrir e dar a vida? Pensei também em termos mais dramáticos: se o meu filho tivesse algum problema, poderia ser bom ter o material genético do pai. Então optei pela ovorecepção. Recebi três fichas de doadoras anônimas com características detalhadas de cada uma. Tinha até o tipo de filme preferido! Para mim isso não era importante e não fazia diferença. O que pesou na decisão foi a idade da doadora. Escolhemos a mais nova, de 19 anos. Dois meses depois, foram transferidos dois embriões para o meu útero. Eu estava ansiosa. Em 14 de fevereiro de 2017 recebemos o positivo, soubemos que deu certo. E são gêmeos! Sou muito grata à minha doadora. É de uma nobreza sem tamanho. Não tem gesto mais bonito do que esse. Eu nunca poderei ser grata o suficiente por ter conseguido uma doação de óvulos.”
Laís*, 34, jornalista, grávida de 3 meses. (*Nome trocado a pedido da entrevistada)

Estes depoimentos são complementares à reportagem “Meu óvulo é seu”, publicada na edição impressa da Crescer de maio de 2017.

 

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Técnica pode consertar falha genética que leva à infertilidade

Esperma humano no momento da penetração no óvulo - Don W. Fawcett / Don W. Fawcett

Esperma humano no momento da penetração no óvulo – Don W. Fawcett / Don W. Fawcett

RIO- Um estudo desenvolvido por pesquisadores do Instituto Francis Crick, na Inglaterra, deu um passo importante rumo ao tratamento de infertilidade: os cientistas desenvolveram uma técnica capaz de eliminar o cromossomo extra presente nas células de alguns homens e que inviabilizam a reprodução.

Embora tenha sido realizado com camundongos, a expectativa é que o método, caso seja bem sucedido em humanos, possa auxiliar homens com síndrome de Klinefelter (na qual há um cromossomo X extra) e síndrome do Duplo Y a terem filhos por meio de reprodução assistida.

A pesquisa, publicada na revista “Science”, explica que, na maioria dos casos, homens e mulheres têm dois cromossomos que determinam seus sexos. Cromossomos XX no caso delas e XY, no deles. No entanto, um em cada 500 homens nascem com um cromossomo extra, seja X ou Y, que os torna inférteis.

Durante o experimento, os cientistas coletaram amostras do tecido conjuntivo da orelha de camundongos e, a partir daí, retiraram células específicas desse tecido, chamadas fibroblastos. O segundo passo foi transformar os fibroblastos em células-tronco. Nesse momento, os cientistas notaram que algumas células perdiam o cromossomo extra causador da infertilidade. Assim, induziram essas células-tronco sem o cromossomo extra a, a partir de estímulos químicos, se diferenciarem em células que pudessem originar espermas.

As células produzidas a partir desse experimento se tornaram espermas maduros após serem implementadas nos testículos de outro camundongo e foram utilizadas em uma reprodução assistida. O método foi um sucesso e os cientistas conseguiram gerar descendentes de camundongos originalmente inférteis.

— Nossa abordagem nos permitiu criar descendentes de camundongos estéreis XXY e XYY. Seria interessante ver se a mesma abordagem poderia ser usada como tratamento de fertilidade para homens — diz Takayuki Hirota, pesquisador do Instituto Francis Crick.

ANÁLISE EM HUMANOS

Os pesquisadores também fizeram a mesma análise de maneira preliminar utilizando fibroblastos humanos com síndrome de Klinefelter e constaram que elas também deixavam de apresentar o cromossomo extra. Apesar dos bons resultados, a técnica ainda precisa ser aprimorada. Segundo os cientistas, é necessário descobrir mecanismos para desenvolver espermas maduros sem que seja necessária a aplicação das células em um camundongo hospedeiro.

— Atualmente não há como fazer esperma maduro fora do corpo. Nas nossas experiências com os camundongos tivemos de injetar nos testículos as células com potencial para se tornarem sêmen, mas descobrimos que isso causou tumores em alguns animais — conta James Turner, também do Instituto Francis Crick. — Precisamos reduzir o risco de formação de tumor ou descobrir uma maneira de produzir esperma em tubo de ensaio.

 

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Doação de óvulos

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Quando a mulher já não produz óvulos ou os óvulos que produz são de baixa qualidade, ela pode utilizar óvulos de uma doadora.

Mulheres com menopausa precoce, endometriose, síndrome de Turner e outras doenças podem necessitar deste tipo de tratamento.

O tratamento realizado é a fertilização in vitro, porém os óvulos utilizados vêm de uma doadora. Estes óvulos são fecundados com os espermatozóides do marido da paciente e os embriões resultantes colocados dentro do útero.

As doadoras podem ser pacientes que estejam em tratamento de fertilização e que tenham óvulos excedentes ou mulheres voluntárias que se dispõem a doar. Todas elas devem ter menos de 36 anos de idade (devido à qualidade dos óvulos), não podem ter doenças como endometriose ou doenças hereditárias e são testadas para doenças infecciosas.

A doação de óvulos no Brasil é anônima. A doadora não conhece a paciente que receberá os óvulos, nem é permitido à paciente conhecer a identidade da doadora. Cabe à equipe médica selecionar a doadora com base nas características físicas do casal receptor e grupo sanguíneo.

 

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Síndrome dos Ovários Policísticos x gravidez: o que você sabe sobre o assunto?

O PROBLEMA ATINGE ENTRE 7% A 9% DAS MULHERES EM IDADE REPRODUTIVA

ovarios-policisticos

Mulheres com SOP geralmente ovulam com menor frequência e têm ciclos irregulares

Se você está tendo dificuldades de engravidar, há possibilidade de que o vilão seja a SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos). O problema atinge entre 7% a 9% das mulheres em idade reprodutiva e exige muita atenção.

O obstetra Alberto d’Auria, do Hospital e Maternidade Santa Joana, pai de Alberto e André, explica que a SOP surge de um desequilíbrio hormonal que leva à formação de cistos “permanentes” no ovário. Segundo o médico, eles mudam a estrutura do órgão, tornando-o maior que o normal.

“Essa disfunção pode levar à secreção de hormônios masculinos em excesso, fazendo quem tem a síndrome ovular com menor frequência e ter ciclos menstruais irregulares”, diz. Com isso, os planos de maternidade são dificultados.

Conforme o obstetra, as mulheres com histórico familiar ou alguma disfunção metabólica são as mais propensas à síndrome. “Queixas de irregularidade menstrual, excesso de pelos, acne, cabelo com muita oleosidade e episódios de agressividade são sinais de alerta”, ressalta.

Para as mulheres com SOP que querem engravidar e não estão conseguindo, são indicados tratamentos de indução à ovulação e a inclusão de exercícios físicos à rotina. A visita ao ginecologista, neste caso, é imprescindível. Outra dica é não só dar atenção aos exames femininos, mas estar a par da saúde do parceiro antes de se iniciar qualquer tipo de tratamento. “Cada tentativa vale ouro, então não se deve ‘desperdiçar’ óvulos sem ter certeza de que o pai está com a fertilidade em dia.”

Depois de conseguir engravidar, a mulher que teve a síndrome não passa por quase nenhuma restrição extra em relação a quem não teve. O obstetra lembra, inclusive, que a gestação funciona como uma espécie de “tratamento” do problema. Mas, calma, isso não significa que ela não tenha que estar vigilante. “É  preciso cautela com o ganho de peso, pois as mulheres com SOP têm mais chances de desenvolver diabetes gestacional e hipertensão”, conclui.

Da diabetes ao câncer: quais são os itens do dia a dia que alteram seus hormônios silenciosamente

garrafa de água

Garrafas de plástico são produzidas com bisfenol A, que podem provocar distúrbios hormonais.

Eles provocam distúrbios hormonais, mas estão escondidos em cosméticos, embalagens de alimentos e até em brinquedos. Por isso é quase impossível escapar deles no dia a dia.

Existem cerca de 800 compostos químicos suspeitos de interferir no sistema hormonal, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

A maioria ainda está sendo submetida a mais estudos, mas a Comissão Europeia garante que pelo menos 66 destes compostos, como bisfenol A (BPA), dioxina, atrazina e vários ftalatos (BBP, DEHP, DOP e DBP), têm “clara evidência de pertubação da atividade endócrina”.

Esse alerta fez parte de uma proposta divulgada ano passado pela OMS com o objetivo de regular seu uso.

Cada vez mais pesquisas com animais vinculam compostos como esses a prejuízos à saúde que vão desde a infertilidade ao risco de câncer.

Ainda faltam evidências em humanos. Por isso, essas substâncias continuam presentes em centenas de produtos de consumo diário.

Lata Campbell

A marca Campbell busca alternativas para substituir o bisfenol A.

Os ftalatos são usados, por exemplo, em produtos coloridos, como brinquedos infantis e sexuais, produtos de limpeza, como detergente, embalagens de alimento, produtos de beleza, como esmalte de unhas, sprays para o cabelo, loções de barbear, sabonetes, xampús, perfumes e outros produtos com fragância.

Outro exemplo é o bisfenol A (BPA), presente em garrafas de plástico ou latas, cosméticos, brinquedos, CDs e, até há pouco tempo, em mamadeiras.

Alguns compostos perderam o uso, como o ftalato DBP, que era um plastificante usado em vernizes de unha ou tintas de impressão. Mesmo assim, continuam provocando riscos à saúde, uma vez que, segundo a OMS, seus efeitos podem afetar várias gerações.

Exposição precoce gera risco para toda vida

Tanto animais como humanos são mais vulneráveis a esses compostos durante certos períodos do desenvolvimento como dentro do útero da mãe e na puberdade.

A OMS diz que os efeitos da exposição precoce ao composto podem se manifestar em qualquer momento da vida, através de câncer de mama e de próstata, infertilidade, puberdade precoce, obesidade, transtornos metabólicos e diabetes tipo 2.

 

Protesta contra los ftalatos en los juguetes

Los juguetes con ftalatos están prohibidos en muchos países.

Como minimizar a exposição

Hoje é difícil saber qual é a composição exata dos produtos que consumimos. Em 2015, a Agência Química Sueca analisou 112 brinquedos no país e descobriu que 15% deles tinham substâncias químicas proibidas.

No caso de produtos cosméticos e de higiene, os fabricantes não precisam incluí-los na lista de ingredientes dos produtos. Por isso, com frequência, o ftalatos estão “escondidos” atrás da palavra “fragrância”.

Algumas dicas para evitar substâncias maléficas:

  • Escolher cremes, detergentes e produtos “livres de fragrância” pode reduzir a exposição aos ftalatos.
  • Priorizar materiais alternativos ao plástico, como a madeira, quando comprar brinquedos para as crianças.
  • No caso de embalagens de comida, preferir vidro sobre latas, que costumam ser forradas com BPA, e plásticos.

Mas, segundo especialistas, há pouco a se fazer em nível individual. As principais mudanças deveriam surgir, dizem eles, da regulação da indústria, como restringindo o uso desses compostos químicos e buscando alternativas.

 

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Dieta e Fertilidade

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Você sabia que a fertilidade está diminuída em mulheres obesas ou desnutridas, mas aparentemente não está afetada em mulheres com peso normal, independentemente da dieta? Apenas as dietas ricas em mercúrio (encontrado em alguns frutos do mar) podem estar associadas à infertilidade. De toda forma é importante lembrar que uma alimentação saudável mantém o bom funcionamento de todos os órgãos, além de deixar os nutrientes e vitaminas que o corpo precisa em dia.

Fumo, consumo abusivo de álcool (mais de duas doses por dia), consumo abusivo de café e uso de drogas estão associados a diminuição da fertilidade. Mulheres tentando engravidar, devem diminuir o consumo de álcool e café, cessar o uso de tabaco e drogas. Cuide-se sempre!

 

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Os fatores para ter Gêmeos

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Suas chances de ter gêmeos dependerão não apenas do uso de medicamentos para infertilidade, mas também da sua história familiar, raça, idade e de muitos outros fatores. Os seguintes fatores “agem juntos”:

Idade da mulher: mulheres com mais de 30 têm um risco aumentado de ter gêmeos. Isso ocorre porque o hormônio FSH aumenta à medida em que a mulher envelhece.

História familiar: se você tem gêmeos fraternos (não-idênticos) na sua família, suas chances de conceber gêmeos aumentam. Uma história familiar de gêmeos idênticos não significa, contudo, aumento do risco de gêmeos.

Peso: mulheres obesas, com IMC acima de 30, são mais propensas a conceber gêmeos do que mulheres com IMC normal. “Esta é outra situação ambígua, uma vez que mulheres acima do peso também são mais propensas a apresentarem dificuldades para conceber.”

Altura: mulheres mais altas que a média têm um risco aumentado de conceber gêmeos.

Raça: mulheres negras são mais propensas a conceber gêmeos do que as mulheres brancas. As asiáticas são as menos propensas a conceber gêmeos.

 

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Ciclismo praticado incorretamente pode causar inflamação na próstata e infertilidade

Andar de bicicleta, além de ser uma prática benéfica para o meio ambiente em contraste com outros transportes, é uma boa pedida para o bem-estar do ciclista. Mas a prática da atividade pode provocar danos à saúde dos homens. O alerta é de especialistas, que chamam atenção para possíveis problemas de próstata e até de infertilidade masculina.

— A próstata é um órgão bastante protegido, do ponto de vista anatômico. Desta forma, os traumas prostáticos são raros. Mas em esportes que envolvem a compressão perineal repetida, como o ciclismo, as estruturas no entorno do órgão tornam-se passíveis de fenômenos inflamatórios — explica urologista e especialista em saúde masculina e fertilidade, Guilherme Leme.

A inflamação acontece por conta da distribuição inadequada de peso, de ajustes imprecisos ou medidas incorretas da bicicleta, que fazem com que o atleta coloque todo o peso do corpo sobre o períneo (onde estão situados os órgãos genitais).

Passar muito tempo sobre a bicicleta, pressionando a área da próstata, pode resultar no aumento dos níveis da enzima PSA na corrente sanguínea. A alta dessa substância no sangue é um dos indicadores usados por médicos para identificar o câncer de próstata.

Além do ciclismo, esportes que provocam o encarceramento do nervo pudendo (responsável pela sensibilidade do períneo) por causa do impacto, como o hipismo, por exemplo, podem levar à perda de sensibilidade da região escrotal, além de problemas relacionados ao fluxo de sangue no pênis, o que prejudica também as ereções. Outras atividades não esportivas também podem provocar infertilidade.

— Os chefs de cozinha, por exemplo, são os mais afetados. O contato direto com o fogão aumenta a temperatura na região do saco escrotal, podendo causar lesões — afirma a urologista Cláudia Clarim.

Treino muito pesado traz mais risco

Pedalar em alta velocidade e em terrenos acidentados pode aumentar a incidência de problemas na região genital. Da mesma forma, o selim convencional afeta mais a área perineal do que as bicicletas ergométricas horizontais, que oferecem um banco no lugar do selim.

Embora não sejam diretamente causadas pela prática de ciclismo, algumas doenças podem ser estimuladas pela atividade, como torções testiculares, neoplasia do testículo (tumor na região escrotal) e trauma testicular.

 

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Cólica muito forte pode ser sinal de infertilidade

A cólica menstrual pode ser indicação de endometriose | <i>Crédito: Shutterstock

Queixa é o principal sintoma da endometriose, doença que afeta 6 milhões de brasileiras

A cólica menstrual é um incômodo presente na vida da maioria das mulheres. Quando esse problema passa a ser mais intenso e não deixa que atividades comuns do dia a dia sejam realizadas por conta da forte dor, é hora de se preocupar, pois pode ser endometriose, a principal causa de infertilidade no mundo.

Quem afirma é o ginecologista Dr. Luiz Fernando Carvalho, especialista em reprodução humana e endometriose e diretor do Baby Center Medicina Reprodutiva. Segundo ele, cólicas que alteram a rotina da paciente, que a impede de trabalhar e diminui a sua qualidade de vida, por exemplo, devem ser investigadas, pois podem revelar a endometriose pélvica.

“Os principais sintomas da endometriose, que afeta 6 milhões de brasileiras, são cólicas muito fortes, dor para ter relação sexual e alterações nos sistemas urinário e intestinal durante o período menstrual. No entanto, de acordo com a Associação Brasileira de Endometriose (SBE), 10% das mulheres que possuem a doença não sofrem dos sintomas e só descobrem o problema quando tentam engravidar e não conseguem, por isso o acompanhamento médico periódico é tão importante”, alerta Dr. Luiz.

O médico ressalta que apesar de não ter cura, o problema tem controle e deve ser tratado, aumentando a chance de a mulher realizar o sonho da maternidade. “Quanto mais precoce for o diagnóstico, maior a chance de sucesso no tratamento, que varia de acordo com idade da paciente e gravidade dos sintomas e da doença”, explica.

Por que o bebê não vem pra quem tem endometriose?
Segundo o Dr. Luiz Fernando Carvalho, a endometriose causa algumas alterações no sistema reprodutivo feminino que explicam a infertilidade.

São elas:

Alteração anatômica: a doença causa inflamações durante o ciclo menstrual, por isso pode provocar aderências e mudar anatomicamente a pelve da mulher, causando dificuldade do óvulo caminhar na trompa e ser levado do ovário para o útero.

Falha de implantação: com o endométrio doente, o espermatozoide também não consegue chegar até o óvulo e fertilizar.

Óvulo e embrião de menor qualidade: mulheres que sofrem de endometriose têm os óvulos e embriões formados com baixa qualidade, o que dificulta a gravidez natural.

 

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Você conhece as etapas da Fertilização in vitro? Entenda:

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Você conhece as etapas da Fertilização in vitro? Entenda:

1. Bloqueio hormonal
A paciente realiza um ultra-som e recebe uma medicação que vai bloquear seus hormônios naturais e proporcionar um maior controle da indução da ovulação.

2. Inicio da indução da ovulação
Após a menstruação, agendamos uma nova ultra-sonografia para iniciar a indução da ovulação. A paciente recebe medicações que vão estimular o crescimento dos folículos ovarianos.

3. Controle ultra-sonográfico seriado
Os ovários são avaliados periodicamente até os folículos apresentarem tamanho adequado para agendar o dia da fertilização.

4. Desencadeamento da ovulação
A paciente recebe um outro tipo de medicação que vai terminar de amadurecer os óvulos e 35 horas após é agendada a aspiração dos óvulos (punção folicular).

5. Punção folicular
Este procedimento é realizado sob sedação (anestesia). O médico utiliza o ultra-som com uma agulha e aspira os folículos ovarianos via transvaginal. Os óvulos são encontrados no laboratório dentro do líquido aspirado dos folículos ovarianos.

6. Coleta do sêmen
No mesmo dia, o homem colhe o sêmen através da masturbação. Após algumas horas o casal é liberado.

7. Fertilização no laboratório
No laboratório, os óvulos são colocados em um recipiente com os espermatozoides (FIV clássica). Na ICSI apenas um espermatozoide é injetado dentro do óvulo.

8. Transferência embrionária
Após dois ou três dias a paciente retorna para transferência embrionária. A transferência não requer anestesia. É um procedimento indolor. Os embriões são colocados dentro do útero com um catéter especial (tubo plástico).

9. Teste de gravidez
Após 12 a 14 dias já se pode saber o resultado através do teste de gravidez (beta-hCG).

 

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