Por que cozinhar em família é tão importante?

Por que cozinhar em família é tão importante?

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Por Karin Dunker, nutricionista

Recentemente, participei de um evento internacional com especialistas da área de nutrição e educação física onde foram discutidos vários trabalhos relacionados a comportamentos que podem influenciar positivamente ou negativamente na qualidade da dieta e nos níveis de atividade física. Um dos estudos que particularmente achei muito interesse foi o de um grupo de pesquisadores da Irlanda que perguntou a um grupo de 1049 adultos de 20 a 60 anos em qual estágio da vida estes tinham aprendido a maioria das habilidades que têm hoje para cozinhar.  A partir desta resposta – e de outros questionários que investigaram: a qualidade da dieta, as escolhas alimentares, o uso de alimentos pré-preparados para cozinhar, habilidades para cozinhar, e criatividade para cozinhar -,  os indivíduos foram comparados de acordo com a idade em que aprenderam a cozinhar, na infância, adolescência e fase adulta.

O estudo chegou a uma conclusão principal de que os adultos que aprenderam a cozinhar na infância tendem a fazer escolhas alimentares mais saudáveis, comer mais porções de frutas, usar menos alimentos pré-preparados para cozinhar e são mais criativos. No mesmo estudo, as pessoas foram perguntadas quais foram as fontes que mais usaram como referência para aprender a cozinhar, e os dados podem ser vistos no quadro abaixo.

 

Quadro 1 – Onde as pessoas aprenderam a cozinhar?

 

1 Mãe 60,1%
2 Membros da família/parentes 16,2%
3 Amigos 13,6%
4 Outras fontes (receitas de livros, internet, aulas de culinária) 10,1 %

Ao avaliarem as diferenças entre os que aprenderam com a mãe e as outras fontes, eles verificaram que os que aprenderam com as mães tinham mais confiança para cozinhar, maior número de habilidades para cozinhar, eram mais criativos, se identificavam como cozinheiros, escolhiam mais opções saudáveis, consumiam menos frituras e mais frutas e vegetais por dia.  Podemos entender pelos resultados o quanto o incentivo de cozinhar em família, mas principalmente aprender com a mãe, pode ser positivo na formação dos hábitos, assim como na criação de uma melhor relação com os alimentos.

Esses e outros estudos apresentados abaixo reforçam o quanto cozinhar em família pode trazer benefícios na formação de comportamentos e na qualidade de vida. Para mais informações, acesse aqui o manual de abstractdisponibilizado pela International Society of Behavioral Nutrition and Physical Activity (2016)

1) The design and effectiveness of a cooking skills intervention to enhance consumers’ home cooking intentions: a comparison of different behavior change techniques. pg 23

2) Enhancing parenting practices to improve child dietary behavior through a joint parent/child cooking intervention. pg 24

3) The Back-to-Basics after-school cooking skills program: Using a train-the-trainer approach to support parents to improve child fruit and vegetable intakes. pg 25

4) Acquiring cooking skills at different life stages: association with diet quality, cooking skills, general health interest and creativity. pg 269

 

GENTA Grupo Especializado em Nutrição e Transtornos Alimentares e Obesidade

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