Falta de atividade física entre adolescentes é tema de artigo na Revista de Saúde Pública 
da USP

Falta de atividade física entre adolescentes é tema de artigo na Revista de Saúde Pública 
da USP

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Imagem: Pixabay

Avaliar a prevalência de inatividade física no lazer em adolescentes brasileiros e sua associação com variáveis geográficas e sociodemográficas, é o objetivo do artigo “ERICA: inatividade física no lazer em adolescentes brasileiros “, de autoria de Felipe Vogt Cureau, Thiago Luiz Nogueira da Silva, Katia Vergetti Bloch, Elizabeth Fujimori, Dilson Rodrigues Belfort, Kênia Mara Baiocchi de Carvalho,  Elisa Brosina de Leon, Mauricio Teixeira Leite de Vasconcellos, Ulf Ekelund e Beatriz D Schaan, publicado no dia 12 de dezembro de 2016, na Revista de Saúde Pública da USP.
Segundo os pesquisadores a inatividade física é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas. Contudo, a prevalência mundial desta já chega a 80,0% entre adolescentes (13-15 anos), considerando-se recomendação de pelo menos 60 minutos de atividade física, moderado, ou rigorosa, por dia. Neste contexto, utilizou-se o Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA) para a pesquisa; Estudo transversal, de base escola e de âmbito nacional, cuja finalidade geral é mensurar a prevalência de obesidade, diabetes mellitus, fatores de risco cardiovascular e de marcadores inflamatórios e de resistência a insulina em adolescentes, de cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes e matriculados em escolas públicas ou privadas.

Na presente pesquisa, forram utilizados dados de 74.584 adolescentes com idades entre 12 a 17 anos que completaram, de maneira integral, o bloco de questões do ERICA relativos a atividade física. Tal bloco determinava o nível de atividade física dos adolescentes, através de uma lista de 24 modalidades a qual permitia que o adolescente informasse a frequência (dias) e o tempo (horas minuto) que praticou, na última semana, algumas das atividades listadas. Assim, foi calculado o produto entre o tempo e a frequência em cada atividade e calculado o somatório dos tempos obtidos. Desta forma, foram considerados inativos no lazer adolescentes que não acumularam pelo menos 300min/semana de atividade física. Além disso, somou-se a estes resultados as variáveis de localização geográfica e características sociodemográficas (sexo, idade e cor de pele declarada).

Os resultados encontrados indicam  que do total de adolescentes, mais de um quarto não praticavam atividades físicas no lazer.  Além disso, a prevalência de inatividade física no lazer  é maior entre as meninas, sendo 54,3% comparado ao masculino; tendo como variáveis associadas: residir nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, ter 16-17 anos e pertencer a classe econômica mais baixa. Ademais, entre o grupo do sexo masculino, demonstrou-se variáveis associadas a prevalência da não prática de atividades físicas no lazer, ser indígena e mais velho.

Com base nestes resultados, os pesquisadores concluíram que há um alto grau de prevalência de inatividade física no lazer entre os adolescentes brasileiros. Sendo localização geográfica, idade, baixo nível socioeconômico e, principalmente, gênero, fatores de grande influência na mesma. Por fim, deve-se dar uma atenção especial as meninas e aos que não praticam nenhuma atividade física no lazer,  estimulando estes a adotaram estilos de vidas mais saudáveis e ativos.
A autor principal da pesquisa é bacharel em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Maria (RS), mestre em Educação Física pela Universidade Federal de Pelotas (RS) e atualmente está finalizando seu doutorado em Endocrinologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Durante o período de doutorado, realizou um estágio sanduíche na Norwegian School of Sport Sciences sobre o tema e é pesquisador do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA) desde de seu início.

Mais informações com Felipe Vogt Cureau pelo cel. Fone: (55) 981141041 ou pelo e-mail: fvcureau@gmail.com, ou no e-mail da Revista de Saúde Pública: revsp@usp.br

 

Faculdade de Saúde Pública – USP

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