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Escolas americanas ensinam crianças a comer com atenção plena

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kids mindful eating

Por Ana Carolina Pereira Costa, nutricionista

Já escrevemos em posts anteriores aqui no blog sobre o comer com atenção plena (mindful eating), que é o exercício de intencionalmente engajar todos os sentidos de nosso corpo – visão, paladar, olfato, tato, audição – ao ato de comer, de forma curiosa e não julgadora, bem como observar sinais de fome, saciedade e estados emocionais ao longo da refeição. Como diz o mestre budista Thich Nhat Hahn, é “comer enquanto se come”.

O que ele quer dizer com isso? Simples: enquanto comemos, muitas vezes nossa atenção não está de fato ali, na comida e em nossas sensações corporais, mas sim no celular, no tablet, na televisão, no que precisamos fazer quando voltarmos ao trabalho, no que deixamos de fazer, no quanto não deveríamos estar comendo determinado alimento… E isso pode interferir negativamente na nossa relação com a comida e inclusive fazer com que comamos mais.

Escolas americanas têm aproximado crianças da prática do comer com atenção plena, como pode ser visto nestareportagem do The Washington Post. A professora pede que os alunos sejam gratos pela comida que está disponível naquela refeição; que eles fiquem alguns momentos em silêncio para observar o que o corpo está sentindo; que eles observem, sintam o aroma e o sabor do que estão comendo. Ela não orienta o que e quanto eles devem comer, e sim que prestem atenção ao que o corpo está dizendo. Pois quando encaramos a comida de forma neutra, sem julgamentos ou culpa, ele sabe nos guiar.

Hoje em dia, o comer com atenção plena é encarado como uma forma de prevenção de transtornos alimentares, já que é uma prática que nos aproxima de nossos sinais internos e que preconiza uma observação neutra e não julgadora da comida.

E você, já comeu com atenção plena hoje?

Boa semana a todos!

 

GENTA Grupo Especializado em Nutrição e Transtornos Alimentares e Obesidade

Alimentação na gestação

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oi

Por Erika Checon Romano

Hoje eu queria conversar um pouco com as grávidas que curtem o nosso blog. Como anda sua alimentação? No meio da sua correria, já encontrou um tempo para programar seu dia alimentar? Para curtir cada momento da espera do seu bebê? Aproveite esse período para  mudar seu estilo de vida e perceber como a sua alimentação faz toda a diferença no crescimento e desenvolvimento do seu filho. E você ainda aproveita para melhorar a sua relação com a comida. Vamos tentar?

  • Experimente comer com calma, prestando atenção nos aspectos sensoriais da comida (gosto, cheiro, textura) e sinais produzidos pelo corpo que indicam a hora de começar e parar de comer. Conecte-se com o que você tem vontade de comer;
  • A alimentação deve fazer  parte de uma rotina organizada com horários regulares. Isso ajudará inclusive quando você tiver que introduzir a alimentação do seu filho;
  • Entenda sobre as diferentes situações que envolvem o comer: necessidades físicas, sociais e culturais. Preste atenção no que você come e como come em eventos sociais;
  • Jamais classifique alimentos como “saudáveis”, “não saudáveis”, “proibidos” e “permitidos. Todos tem lugar numa dieta gostosa e cuidada;
  • Se você sempre fez dieta restritiva e acha que a gestação é um sinal verde para liberar tudo, cuidado. Exageros não são bem vindos. Você tem liberdade de escolher seus alimentos com ou sem gravidez. Em todos os momentos da sua vida. Repense sua relação com a comida;
  • Escolha, prepare e programe  as refeições. Isso não leva tanto tempo como você imagina…

Pequenas mudanças fazem toda a diferença. Coma ouvindo uma boa e tranquila música de sua preferência. Evite ter elementos que distraem como TV, computador e celular na hora das refeições. Lembre-se da importância de dar o exemplo de bons hábitos, que interferirão na sua  vida e na do bebê que está por vir.

Realizar as refeições em família e incorporar na rotina o máximo possível trará conforto e alegria nas refeições, fazendo delas momentos de cuidado com sua família. Aproveite esse momento sublime para olhar para você e repensar seu estilo de vida. A relação com a comida que seu filho vai ter tem grandes chances de ser a mesma que a sua. Você está confortável com o que pensa sobre alimentação?

 

GENTA Grupo Especializado em Nutrição e Transtornos Alimentares e Obesidade

Conscientização sobre Transtornos Alimentares

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Por Marle Alvarenga, nutricionista

Nesta semana a NEDA (National Eating Disorders Association) promoveu a semana de conscientização sobre Transtornos Alimentares, já tradicionalíssima nos EUA e Canadá http://nedawareness.org/

Aqui no Brasil, o Genta realiza a Se de Conta (Semana de Conscientização sobre Transtornos Alimentares) desde 2004 com ações locais e variadas (veja um pouco do histórico em http://sedeconta.blogspot.com.br/), mas o Brasil não tem uma tradição de ações de prevenção abrangentes como da NEDA, uma vez que ainda engatinhamos em tentar tratar os Transtornos Alimentares, com centros especializados localizados majoritariamente no Sudeste do país apenas http://www.genta.com.br/locais-de-tratamento/

A campanha deste ano da NEDA aponta alguns focos de prevenção:

1) Um screening (rastreamento) de 3 minutos para avaliar a presença de comportamentos de risco para Transtornos Alimentares – se você lê Inglês, acesse: http://nedawareness.org/get-screened
2)      Como reconhecer e ajudar casos de Transtornos Alimentares em escolas
3)      Tornar o tratamento de Transtornos Alimentares disponível para trabalhadores em seus locais de emprego
4)      Promover intervenção precoce e oferecer tratamento aos pacientes de Transtornos Alimentares
5)      Como ajudar alguém com quem você se preocupa
6)      Fazendo a diferença no seu campus universitário

Assim, infelizmente, no Brasil não temos como seguir a mesma proposta e abrangência, mas buscamos oferecer informações para profissionais, famílias, comunidade sobre os grandes fatores de risco para os comportamentos de Transtornos Alimentares:

– dieta restritiva

– insatisfação corporal

É importante não aceitar passivamente a neurose coletiva com a comida e corpo que nos cercam atualmente; não é porque é comum que é normal!

Combatendo a restrição e a insatisfação, podemos ter um papel na prevenção precoce de Transtornos Alimentares.

Se você é profissional de saúde, conheça mais sobre isto, e ajude neste combate!

Se você é uma pessoa com problemas com comida e corpo, não deixe de procurar ajuda com profissionais especializados!

Fonte:

GENTA Grupo Especializado em Nutrição e Transtornos Alimentares e Obesidade

Batata frita não engorda!

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oi

Por Ester Soares Paulino, nutricionista

Michel Pollan, no seu excelente livro “Cozinhar”, diz o seguinte:

“Quando a indústria dos alimentos nos libertou do esforço e da dificuldade necessários para que nós mesmos preparássemos nossa comida, nos tornamos mais inclinados a abusar delas de forma impulsiva”. Vide a batata pronta para fritar.

Ainda no livro: “quando o custo de alguma coisa cai, seu consumo sobe. Mas o custo não é medido apenas em dinheiro, também pode ser mensurado em tempo”, citando o estudo de David Cutler (pode ser encontrado nas referências ao final do texto).

 

O que fica claro é que a conveniência da comida processada presente nas prateleiras do supermercados (lanches e refeições prontas) exerceu e continua exercendo efeito importante e avassalador no consumo energético atual. E o que este mesmo estudo investigou –  e outros tantos  corroboram – é o fato de que quanto mais tempo uma nação dedica a fazer comida em casa, mais baixos são os índices de obesidade.

Essa comida fácil, disponível a um click do microondas, que nos permite comer tão rapidamente e  eliminando o primeiro passo dos sinais de saciedade, a mastigação. A oferta das prateleira dos supermercados pode ser mais convincente do que uma ida a feira, mas também bem mais danosa quando esquecemos nossas habilidades culinárias e deixamos de ensinar isso às próximas gerações. É disso que falo quando digo que batata frita não engorda.

 

Além de desaprender a fazer sua própria comida, o que  esperar de uma geração que não senta mais à mesa, não divide o alimento, não compartilha o momento, a espera? Estas são as primeiras lições de cidadania que o indivíduo aprende e isto esta sendo desprezado.

Não dá para desconsiderar o fato que o tempo é hoje um bem precioso. Mas a questão é: precioso para que? Que tempo é esse que não te permite parar alguns minutos para cortar um legume e refogá-lo no alho e no azeite? Passar um bife na chapa, espalhar umas cebolas, lavar umas folhas de alface? Sentar à mesa e deliciar-se? Faça isso e me diga: quanto tempo do seu precioso dia isso levou?

Ah, deixe eu contar uma curiosidade sobre o título deste post (“Batata frita não engorda!”). Eu ouvi de uma nutricionista incrível, que assim como eu, acredita que a alimentação não pode ser entendida de maneira tão reducionista tipo “saudável e não saudável” e foi comentado dentro de um contexto plenamente justificado e fundamentado. Sim, eu também repito: Batata frita não engorda!

Para saber mais:

Receita – Batata frita sequinha

Pollan, Michael. Cozinhar: uma história natural da transformação. ed. Intrínseca. 2014

 

Fonte:

GENTA Grupo Especializado em Nutrição e Transtornos Alimentares e Obesidade

Polêmica: Carol Magalhães sofre preconceito pela magreza – Erika Romano

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