Nosso corpo é o mapa da nossa jornada pela vida

* Frase de Aleah Chapin, artista americana

Por Ester Soares, nutricionista

Como uma grande onda, temos vivido mudanças importantes ao que se refere à autonomia e direitos femininos.

Entretanto, em meio a tantas conquistas, o corpo e a beleza nunca foram motivos de tantas relações contraditórias e conflituosas. Sabemos que padrões de beleza sempre existiram e existirão. Mas o que temos visto é um verdadeiro massacre, onde mulheres cada vez mais jovens lutam para alcançar padrões inatingíveis.

Em meu cotidiano, cabe-me confrontar e criticar essas representações corporais que são colocadas como únicas, reais.

Eis aqui um trabalho de 2013 que acho  bastante contundente e interessante. Trata-se de alguns projetos de arte que desafiam os padrões, confrontam, criticam e propõem inspirações mais positivas para as mulheres.

Referências:

http://flavorwire.com/402681/10-diverse-body-positive-artworks-about-women/10

Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.24, n.3, p.389-404, jul./set. 2010 –  O padrão de beleza corporal sobre o corpo feminino mediante o IMC

J Bras Psiquiatr. 2017;66(3):164-71 – Uso de redes sociais, influência da mídia e insatisfação com a imagem corporal de adolescentes brasileiras.

 

Fonte: www.genta.com.br

Doenças de Carnaval: saiba como evitar os problemas mais comuns no período da folia

Um dos períodos mais aguardados do ano esta chegando: o Carnaval. Com ele, chegam também toda a euforia e agitação típica da folia de momo. Pensando em aproveitar bastante os blocos e as festas carnavalescas, muitas pessoas acabam se descuidando da saúde. Por isso, nessa época é comum haver uma maior incidência de algumas doenças, como as sexualmente transmissíveis e as do trato urinário.

De acordo com o urologista Filipe Tenório, da Clínica Andros Recife, as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são as mais comuns durante e após o Carnaval. É que parte da população costuma ter relações sexuais sem proteção e assim são contaminadas por vírus e bactérias. “HPV é a doença mais recorrente no período. Se caracteriza por um vírus com mais de cento e vinte subtipos, no qual, 40% causam verrugas genitais. Elas podem ocasionar vários tipos de câncer, como colo de útero”, explica. Ainda segundo o médico, não existe remédio para tratar o vírus. A única forma de evitar a contaminação é através do uso da camisinha.

A sífilis é outra doença sexualmente transmissível comum no carnaval. Provocada por uma bactéria, ela se caracteriza por uma lesão vermelha no pênis, que desaparece com o tempo. Mas, após a infecção inicial, a bactéria pode permanecer no corpo da pessoa por muito tempo e depois se manifestar novamente. Outras bactérias também são as responsáveis por causar a uretrite, gonorreia e clamídia, cuja propagação é realizada através do ato sexual. “Algumas dessas infecções podem desencadear problemas mais graves, como a infertilidade. Por isso, é necessário tratá-las rapidamente”, afirma.

Para evitar a contaminação, o ideal é sempre utilizar preservativos e também manter uma boa higiene na região íntima. “Durante o carnaval as pessoas passam muito tempo na rua, suando. Isso causa uma predisposição natural a infecções por fungos e bactérias. Por isso, não é indicado ficar muito tempo sem tomar banho”, ressalta Filipe Tenório. “Evitar comportamentos de risco, como o uso de drogas, também é uma opção para poder se prevenir corretamente durante as relações sexuais”, recomenda.

Além das ISTs, doenças do trato urinário também estão entre as mais comuns durante o carnaval. Isso acontece por causa da pouca ingestão de água e pelo hábito de contenção urinária. “Já que em algumas ocasiões nem sempre é possível ter fácil acesso à água e ao banheiro, as pessoas acabam deixando para depois. Mas, esses costumes podem provocar infecção urinária, devido ao acúmulo de xixi, e agravar os problemas de quem já sofre de cálculos renais”, explica o urologista Guilherme Maia, do Hospital Santa Joana Recife.

Depressão atrasa tratamento de infertilidade

Resultado de imagem para depressão

A infertilidade é um enorme fardo emocional para muitos casais, gerando depressão e ansiedade em 40% das mulheres inférteis, condição que representa o dobro do observado em mulheres férteis. Na estreia de sua coluna na Rádio USP – “Saúde Feminina” –  o doutor Alexandre Faisal cita dados de uma pesquisa realizada nos EUA, com mais de 400 mulheres inférteis. O intuito foi rastrear a relação entre depressão e ansiedade e o atraso no tratamento da infertilidade.

O fato é que as mulheres portadoras de depressão apresentaram mais dificuldades para procurar atendimento, visando ao tratamento do problema. “Um dos dados da pesquisa mostra que mulheres deprimidas tinham até 45% de probabilidade de atrasar o tratamento da infertilidade.”

Segundo Faisal, a infertilidade leva a mulher à depressão; por sua vez, a depressão faz com que a mulher postergue esse tipo de tratamento. Tudo funciona como se elas não acreditassem no sucesso do tratamento, desestimulando o casal a buscar esse objetivo.

 

USP – Universidade de São Paulo

Antioxidantes podem ser eficazes contra a infertilidade feminina

Duas substâncias surpreenderam os pesquisadores ao promover o amadurecimento de óvulos de bovinos em sistema de cultura in vitro que continha líquido folicular de mulheres inférteis por endometriose. Imagem: thessdiet.gr

Duas substâncias surpreenderam os pesquisadores ao promover o amadurecimento de óvulos de bovinos em sistema de cultura in vitro que continha líquido folicular de mulheres inférteis por endometriose. Imagem: thessdiet.gr

Usados como suplementos alimentares por atletas, antioxidantes podem ser inócuos para ganho de massa muscular, mas se mostraram promissores no reparo da infertilidade por endometriose.

Em duas substâncias, muito usadas por esportistas como suplemento alimentar, pode estar a resposta para um tipo de infertilidade bastante comum, aquela causada pela endometriose. São a N-acetilcisteína (medicamento para doenças respiratórias) e a L-carnitina, ou vitamina B11, que é produzida em pequena quantidade pelo organismo humano e encontrada em vários tipos de carnes, laticínios e alguns vegetais.

Com poderes antioxidantes já reconhecidos, as substâncias surpreenderam pesquisadores do Setor de Reprodução Humana da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, ao promover o amadurecimento de óvulos de bovinos em sistema de cultura in vitro que continha líquido folicular de mulheres inférteis por endometriose.

Doença ginecológica que atinge aproximadamente 10% das mulheres em idade reprodutiva, a endometriose caracteriza-se por uma “menstruação retrógrada”, em que células da camada interna do útero (endométrio) são lançadas, com o sangramento menstrual, para fora, na cavidade abdominal.

As causas da doença ainda não estão completamente esclarecidas. Sabe-se que a menstruação retrógrada é comum a 90% das mulheres, mas nem por isso todas desenvolvem endometriose, e que, além de cólicas intensas, a doença pode trazer infertilidade.

Os pesquisadores da FMRP vêm estudando a endometriose e formas de tratar as principais queixas de quem sofre com a doença (dores pélvicas e infertilidade). E foi ao estudar o fluido folicular dessas mulheres que a pesquisadora Vanessa Silvestre Innocenti Giorgi encontrou no “estresse oxidativo”, presente no fluido, a piora da qualidade do futuro óvulo.

O fluido folicular é uma mistura de plasma (parte líquida do sangue) e secreção de células do ovário que ficam “no interior dos folículos ovarianos em íntimo contato com o oócito (futuro óvulo) em desenvolvimento”. O oócito, banhado por esse líquido cheio de nutrientes, cresce e amadurece dentro do folículo ovariano (revestimento do óvulo).

Radicais livres impedem maturação dos óvulos

Conta Vanessa que trabalhos anteriores do grupo de pesquisa ao qual pertence já haviam observado alterações no desenvolvimento de óvulos bovinos em presença de líquido folicular de inférteis por endometriose. E que as suspeitas recaíam no “estresse oxidativo, que é o desequilíbrio entre a produção de radicais livres e de antioxidantes”, já que o fluido apresentava “aumento de alguns radicais livres e diminuição da capacidade antioxidante total”.

Dentro das células, um sistema protege a estrutura celular de efeitos prejudiciais como o causado pela presença do oxigênio. Os elétrons das moléculas de oxigênio dão origem aos chamados radicais livres, que, quando em excesso, provocam o estresse oxidativo, ruim para o organismo.
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O óvulo em si mostra uma área central, na qual se vê o ponto germinal – Ilustração: Henry Vandyke Carter via Wikimedia Commons / Domínio Público .

O óvulo em si mostra uma área central, na qual se vê o ponto germinal – Ilustração: Henry Vandyke Carter via Wikimedia Commons / Domínio Público .

Para confirmar a tese dos efeitos maléficos do estresse oxidativo nos fluidos foliculares, a pesquisadora realizou testes com material recolhido de 22 mulheres com infertilidade: 11 por endometriose e 11 sem endometriose (inférteis por problemas nas tubas uterinas). O líquido folicular e os dois antioxidantes – N-acetilcisteína e L-carnitina – foram acrescentados ao meio de maturação in vitro, após fertilização também in vitro (em laboratório) de oócitos de bovinos.

Os resultados não deixaram dúvida. “As alterações oocitárias provocadas pelo fluido folicular de mulheres com endometriose prejudicam o desenvolvimento embrionário in vitro.” O que comprova a participação do estresse oxidativo nesse tipo de infertilidade. E mais: mostraram a eficácia dos dois antioxidantes na prevenção desses danos.

Tratamento natural da infertilidade

“Nossos achados elucidam parte dos mecanismos patogênicos envolvidos na infertilidade associada à endometriose”, comemora Vanessa. O outro achado, que complementa este, também é bem-vindo, uma vez que abre perspectivas para a possibilidade de uso da carnitina – o antioxidante que se mostrou mais eficiente neste estudo – na melhora da infertilidade natural desses casos.

A pesquisadora lembra que são resultados importantes, mas laboratoriais, ainda não testados na prática clínica. O uso do modelo bovino, conta Vanessa, se dá por ser similar ao humano (que eticamente não deve ser utilizado em pesquisas), além de ser de baixo custo e de fácil manipulação.

Como os antioxidantes testados já são utilizados em tratamentos médicos e de baixa toxicidade, para um futuro, talvez próximo, Vanessa acredita que seu estudo auxilie no tratamento da infertilidade provocada pela endometriose. “A suplementação por via oral com antioxidantes poderia aumentar a chance de uma gestação natural no período de um ano, sem a necessidade de realização de técnicas de reprodução assistida.”
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Fecundação – Foto: via Wikimedia Commons

Fecundação – Foto: via Wikimedia Commons

As duas substâncias antioxidantes podem não ter comprovação científica dos efeitos na performance física e ganho muscular dos praticantes de atividade física. Mas como reparador da fertilidade de mulheres com endometriose começam a ganhar respaldo nas pesquisas da equipe da FMRP.

Nesse caminho, Vanessa continua as investigações nos laboratórios do Setor de Reprodução Humana da FMRP. A pesquisadora trabalha agora em seu doutorado com orientação da professora da FMRP, Paula Andrea de Albuquerque Salles Navarro.

Os achados mais recentes deste estudo estão publicados na edição de março de 2016 da revista norte-americana Reproductive Science. O trabalho já recebeu quatro prêmios, três nacionais – Prêmio Campos da Paz, conferido pelo 26º. Congresso Brasileiro de Reprodução Humana (2014); melhor pôster no 19º. Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida (2015) e menção honrosa no 27º. Congresso Brasileiro de Reprodução Humana (2016) – e um internacional – incentivo financeiro no Congresso da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (2015 – Baltimore, MA, EUA).

Rita Stella, de Ribeirão Preto

Jornal da USP

Infertilidade. Além dos hábitos diários, tem vigiado a saúde?

Das doenças auto-imunes às doença crónicas, fique a saber como o estado de saúde afeta a fertilidade.

Infertilidade. Além dos hábitos diários, tem vigiado a saúde?

Em Portugal, cerca de 300 mil casais são inférteis, diz a APFertilidade, sendo que “entre 10 a 15% dos casais que fazem tratamentos de fertilidade podem precisar de doação de óvulos ou espermatozoides”. De acordo com a informação avançada pela associação em comunicado, a “taxa de infertilidade masculina é similar à taxa de infertilidade feminina (cerca de 40 por cento em ambos os casos). Em média, um em cada 10 casos são de infertilidade nos dois membros do casal”.

Na hora de apontar o dedo às potenciais causas de infertilidade, todas as atenções centram-se quase sempre nos hábitos diários, como o sedentarismo, a alimentação e até mesmo o tabagismo.

Mas os hábitos diários estão longe de serem os entraves à fertilidade tanto de homens como de mulheres. De acordo com Associação Portuguesa de Fertilidade (APFertilidade), entre as causas mais causas mais comuns de infertilidade estão as doenças auto-imunes e as doenças crónicas, onde se incluem as patologias cardiovasculares e a diabetes.

Estas doenças não só podem afetar a incapacidade de engravidar, como comprometem ainda o tratamento de fertilidade feito, sendo, por isso, fundamental vigiar o estado de saúde, alerta o organismo.

“Devido ao risco de hemorragia e trombose que aportam”, as doenças cardiovasculares, doenças da hemoglobina e relacionadas com a coagulação impõem “um maior cuidado no tratamento hormonal da infertilidade”. “No caso das mulheres grávidas, estas doenças exigem também uma maior vigilância durante o período de gestação e durante o parto. Descolamento da placenta e situações de parto prematuro são as mais comuns. Muitas vezes, responsáveis também por abortos de repetição. No caso dos homens, podem provocar dificuldades de ereção ou de ejaculação”, alerta a Associação Portuguesa de Fertilidade (APFertilidade) num comunicado enviado às redações.

No que diz respeito às doenças inflamatórias, “como sinusite crónica ou bronquite crónica, muito comuns entre a população portuguesa”, estas “impedem o movimento do embrião ao longo das trompas de falópio e em direção à cavidade uterina”. Já a asma e as dificuldades respiratórias “também influenciam o momento do parto, onde a respiração é fundamental”.

Diz ainda a APFertilidade que as “doenças da tiroide e outras auto-imunes como artrite reumatóide, espondilite anquilosante ou lúpus, por exemplo, podem igualmente ser causas de infertilidade, isto porque os anticorpos impedem a fecundação ou a implantação, podendo originar abortos de repetição por rejeição materno-fetal”. Mas, “além destas, também as doenças do trato intestinal, provocam, nos homens, a perda da qualidade do sémen e, nas mulheres, problemas associados à disfunção ovulatória e abortos de repetição”.

“As doenças neurológicas (degenerativas) estão sobretudo associadas à perda da líbido tanto na mulher como no homem, e dificuldades de ereção e de ejaculação, na sequência da perda de capacidades associadas a estas doenças. No campo das doenças psiquiátricas e mentais, a deficiência mental impede, por norma, o recurso a tratamentos de fertilidade. Situações como esgotamentos ou depressões também podem afetar o processo de gravidez. A saúde mental assume extrema importância na fertilidade”, explica a associação.

 

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Novo estudo sobre fertilidade traz boa notícia às mulheres

Novidades sobre a fertilidade (Foto: Think Stock)

Estudo comprova que baixa reserva ovariana não indica necessariamente infertilidade

Um estudo publicado no Journal of the American Medical Association traz uma boa notícia para mulheres que desejam engravidar. A pesquisa comprova que baixos resultados nos exames que indicam a reserva ovariana, como a dosagem do hormônio folículo-estimulante (FSH) e do hormônio anti-Mülleriano (HAM), comumente solicitados pelos médicos, não indicam necessariamente que a mulher não seja fértil.

Durante muito tempo acreditava-se nesta hipótese, mas há alguns anos médicos da área começaram a observar que não existe essa relação e o estudo veio para realmente embasar essas suspeitas.

O especialista em reprodução humana Marcio Coslovsky, que atua na área há 20 anos, comentou o estudo:

Marie Claire: Qual a principal novidade neste estudo?
Marcio Coslovsky:
 Esse estudo comprova o que os especialistas em reprodução humana já suspeitavam e viam na realidade dos consultórios: uma reserva ovariana baixa não significa a perda das esperanças de uma chance de gestação. Continua não sendo o ideal, porém, tanto nos tratamentos de reprodução humana como nas tentativas de gravidez natural, não significa uma impossibilidade. O que acontecia até agora era que muita gente confundia esse resultado com infertilidade, o que não é verdade. Esse estudo vem para comprovar esse ponto.

MC: Por que os baixos índices de FSH e HAM não indicam mais que a mulher teria dificuldade para engravidar?
MC:
 Esses exames ajudam a mensurar a reserva ovariana no que diz respeito ao número de óvulos restantes que a mulher possui, mas é preciso entender sua importância e suas limitações. São importantes para mostrar a urgência ou não de iniciar um tratamento para engravidar, ou pelo menos para saber se deve parar de evitar uma gravidez (usando métodos preventivos como anticoncepcional e camisinha). Mas não é um marcador de infertilidade, ele representa a urgência de tempo, apenas. Quase todas as pacientes que recorrem as clínicas têm o marcador baixo, pela idade delas.
O que deve ser entendido é que um marcador na reserva não significa que não se pode esperar mais um ano, um ano e meio para iniciar o tratamento. Você pode ter o marcador baixo e mesmo assim engravidar, pois basta um bom óvulo. Apesar do exame ser uma luz amarela, não é sinônimo de abandonar as esperanças da maternidade. Pelo contrário, ele mostra se ainda pode aguardar ou se deve correr atrás o mais rápido possível.

MC: A mulher consegue engravidar com um óvulo, mas é mais difícil certo?
MC:
 É uma questão realmente de probabilidade, basta um bom óvulo, mas uma reserva ovariana baixa significa que a mulher vai ovular menos.
Para ilustrar: uma mulher de 30 anos com uma reserva ovariana normal para a idade, quando fazemos a estimulação do ovário para um tratamento, conseguimos cerca de 12 óvulos por ciclo. Desses 12, caso os parâmetros dos espermatozoides utilizados para fertilização estejam normais, conseguimos formar 10 bons embriões, com grandes chances de resultar em uma gestação. Já uma mulher de 30 com uma reserva ovariana baixa, ao receber o mesmo estímulo, conseguimos extrair em média 5 óvulos por ciclo, ou seja, menos da metade.  Já no caso de uma gravidez espontânea, as chances de uma mulher de 30 anos, com parâmetros de reserva ovariana normais, engravidar são de 12% a 14% por mês (o que resulta em 98% ao ano). Para uma mulher da mesma idade, mas com contagem baixa, as chances caem pelo menos pela metade. Aos 30 anos, um resultado ruim de HAM é 1 ou abaixo de 1. Já o resultado do FCH funciona ao contrário, quanto maior, pior. Assim, para FSH são considerados ruins resultados superiores a 12. Eu tenho uma paciente de 41 anos que me procurou para congelar óvulos. Não era a idade ideal, mas a gravidez ainda não estava nos planos. Durante o tratamento, nas consultas de rotina para verificar se conseguiríamos retirar os óvulos naquele ciclo, eu vi que ela tinha ovulado. Então disse que se ela quisesse tentar uma gravidez natural, aquele seria um bom momento. Ela foi embora do consultório para pensar no assunto e marcamos seu retorno para o próximo ciclo. Há  dois dias ela me ligou para dizer que estava grávida. Bastou um bom óvulo.

MC: Com este estudo muda a idade para o congelamento de óvulos ou continua ideal até 35 anos?
MC:
 Continua ideal até 35 anos, mas ajuda na tomada de decisão. Se uma mulher descobre aos 30 que sua reserva ovariana está abaixo do esperado, ela vai entender que existe um sinal de alerta e pode ser interessante ela começar a pensar em engravidar ou, se uma gravidez dentro de um ou dois anos não está nos planos, pode ser interessante congelar os óvulos. Este estudo é importante porque o próprio médico fica embasado para dar esta orientação à paciente, mesmo a idade limite sendo 35 anos.

 

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Inflamação na próstata pode causar infertilidade

Além das bactérias, sexo sem proteção também pode ser uma causa de inflamação na próstata, ou prostatite (foto: Blog.letstalkhealth.com/Reprodução)

Além das bactérias, sexo sem proteção também pode ser uma causa de inflamação na próstata, ou prostatite (foto: Blog.letstalkhealth.com/Reprodução)

A prostatite é comum em homens com menos de 50 anos e deve ser tratada o quanto antes

Infertilidade é um problema bastante comum. A estimativa é que 15% dos casais descobrem que precisam de ajuda especializada para ter um bebê. As causas podem estar relacionadas tanto ao homem (40%) quanto à mulher (40%), bem como estar associadas ao casal de forma não muito clara (20%). De acordo com o urologista Arnaldo Cividanes, do hospital Saha, em São Paulo, as infecções do trato genital masculino representam um importante fator reversível da infertilidade, atingindo até 12% dos homens inférteis. “A prostatite, que é um tipo comum de inflamação na próstata, está incluída num grupo de problemas de saúde pouco compreendidos, mas que, uma vez tratados, é possível restaurar a função reprodutiva”, esclarece o médico.
O especialista lembra que a inflamação na próstata é o problema mais comum em homens com menos de 50 anos. De modo geral, essa condição impacta significativamente a qualidade de vida dos pacientes. “A prostatite pode ter causa infecciosa ou não infecciosa. Pelo menos 10% dos homens adultos serão diagnosticados com esse tipo de inflamação ao menos uma vez ao longo da vida, sendo que em alguns indivíduos ela pode ser recorrente”, alerta Arnaldo Cividanes.
O médico explica que, por meio de exame clínico, é possível identificar desde uma simples inflamação até sintomas urológicos mais graves. “Dor na região gênito-retal está sempre presente, em maior ou menor intensidade. Mas também há sintomas associados ao trato urinário, como ardor ao urinar, aumento de frequência de micção e sintomas de obstrução. Febre alta, tremores, hipotensão, retenção urinária aguda e até septicemia podem ocorrer na prostatite aguda, requerendo internação em UTI”, diz o urologista.
Segundo o especialista, qualquer bactéria que entrar no trato urinário pode causar uma inflamação na próstata. “Porém, a causa mais comum é por meio de relação sexual desprotegida, quer seja vaginal ou anal. Essa forma de transmissão da doença é mais comum em pacientes acima dos 50 anos, devido a menor atividade fisiológica da próstata. Por isso, a primeira dica para evitar a prostatite é usar preservativo sempre”, esclarece Cividanes.

Depressão atrasa tratamento de infertilidade

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A infertilidade é um enorme fardo emocional para muitos casais, gerando depressão e ansiedade em 40% das mulheres inférteis, condição que representa o dobro do observado em mulheres férteis. Na estreia de sua coluna na Rádio USP – “Saúde Feminina” –  o doutor Alexandre Faisal cita dados de uma pesquisa realizada nos EUA, com mais de 400 mulheres inférteis. O intuito foi rastrear a relação entre depressão e ansiedade e o atraso no tratamento da infertilidade.

O fato é que as mulheres portadoras de depressão apresentaram mais dificuldades para procurar atendimento, visando ao tratamento do problema. “Um dos dados da pesquisa mostra que mulheres deprimidas tinham até 45% de probabilidade de atrasar o tratamento da infertilidade.”

Segundo Faisal, a infertilidade leva a mulher à depressão; por sua vez, a depressão faz com que a mulher postergue esse tipo de tratamento. Tudo funciona como se elas não acreditassem no sucesso do tratamento, desestimulando o casal a buscar esse objetivo.

 

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O cigarro pode levar à infertilidade feminina e masculina

Câncer de pulmão, de boca, problemas respiratórios, problemas cardíacos, tudo isso pode estar ligado ao ato de fumar. Embora esses sejam os pontos mais destacados na campanha antifumo, há outro problema: o cigarro pode levar a infertilidade. Seja você homem ou mulher, comece largando o cigarro se quiser ter filhos.

Motivos pelos quais o cigarro pode levar à infertilidade

De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), fumar mata mais de cinco milhões de pessoas anualmente. No Brasil, mais de 17% da população fuma e boa parte destes fumantes são adolescentes. Isso mostra que parte dos jovens podem vir a sofrer com a impotência devido ao cigarro.

Com as centenas de substâncias tóxicas existentes, sendo as mais famosas a nicotina e o alcatrão, o cigarro afeta diretamente a reprodução em mulheres e homens. As mulheres fumantes podem ter a motilidade tubária alterada. Caso a fecundação ocorra, a divisão das células do embrião pode ser afetada, dificultando a formação do blastocisto e implantação do embrião, ou seja, a gravidez será dificultada.

Caso a gestação vá adiante, as fumantes têm maiores chances de sofrer com placenta prévia e parto prematuro. As que não engravidarem poderão ter ausência ou irregularidade menstrual. Mulheres que fumam 20 cigarros por dia têm a fertilidade reduzida em 25%, enquanto as que fumam uma quantidade ainda maior tem essa redução de até 43%.

O problema no homem fumante

Não são só as mulheres que sofrem com o fumo. Homens que querem ter filhos também precisam parar de fumar. Pesquisas mostram que os fumantes têm uma alteração no esperma que leva à infertilidade. Pesquisadores da Universidade de Saarland, ao analisarem uma proteína de nome protamina (dois tipos: P1 e P2), que é essencial para o desenvolvimento dos cromossomos, descobriram que, nos fumantes, a concentração da P2 é mais baixa.

Como a formação do cromossomo é essencial para a reprodução e a deficiência da P2 prejudica a síntese dos cromossomos pelo organismo masculino, eles concluíram que os fumantes podem se tornar inférteis. Com isso, os especialistas alertam que homens que querem ter filhos devem largar o cigarro o quanto antes, para evitarem problemas reprodutivos.

Para ficar mais fácil de entender esses danos causados pelo cigarro, saiba que o fumante tem maiores chances de produzir espermatozoides com forma anormal, dificultando a fecundação, além da redução na produção de espermatozoide, o que dificulta a gestação mesmo quando a esposa não é fumante e não tem nenhum problema reprodutivo.

O cigarro também aumenta a concentração de espermatozoides que não se locomovem e, com isso, não conseguem chegar ao ovócito para fecundar. Se não bastasse tudo isso, os poucos espermatozoides móveis e com morfologia normal que são produzidos ainda têm menor potencial de fertilização. A má qualidade do esperma e dos espermatozoides não prejudica apenas a fecundação natural, mas também a fecundação in vitro. Por tudo isso, o cigarro pode levar à infertilidade.

 

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Menopausa Precoce

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Menopausa precoce ou falência ovariana prematura é a interrupção da função ovariana antes dos 40 anos.

Os ovários têm função reprodutiva (produção dos óvulos) e função endócrina (produção de hormônios).

Os sintomas da falência ovariana prematura são os mesmos da menopausa: irregularidade menstrual ou ausência de menstruação, calores, irritabilidade, insônia, secura vaginal, etc…

Existem diferentes causas para a menopausa precoce, mas muitas mulheres não encontram diagnóstico mesmo após investigação exaustiva. Existem causas autoimunes e causas genéticas (Síndrome de Turner e Síndrome do X frágil). Ainda, causa pode ser familiar. Tratamentos como rádio e quimioterapia também podem levar à falência ovariana.

Para diagnosticar a menopausa precoce, além da história clínica, exames hormonais podem ser realizados (AMH, FSH, LH e estradiol) e também uma ultrassonografia.

Não há tratamento para a menopausa precoce, somente para seus sintomas e consequências. Em casos de sintomas importantes, indica-se a reposição hormonal.

Caso a mulher tenha desejo de engravidar, a alternativa será o uso de óvulos doados.

 

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