Infertilidade. Além dos hábitos diários, tem vigiado a saúde?

Das doenças auto-imunes às doença crónicas, fique a saber como o estado de saúde afeta a fertilidade.

Infertilidade. Além dos hábitos diários, tem vigiado a saúde?

Em Portugal, cerca de 300 mil casais são inférteis, diz a APFertilidade, sendo que “entre 10 a 15% dos casais que fazem tratamentos de fertilidade podem precisar de doação de óvulos ou espermatozoides”. De acordo com a informação avançada pela associação em comunicado, a “taxa de infertilidade masculina é similar à taxa de infertilidade feminina (cerca de 40 por cento em ambos os casos). Em média, um em cada 10 casos são de infertilidade nos dois membros do casal”.

Na hora de apontar o dedo às potenciais causas de infertilidade, todas as atenções centram-se quase sempre nos hábitos diários, como o sedentarismo, a alimentação e até mesmo o tabagismo.

Mas os hábitos diários estão longe de serem os entraves à fertilidade tanto de homens como de mulheres. De acordo com Associação Portuguesa de Fertilidade (APFertilidade), entre as causas mais causas mais comuns de infertilidade estão as doenças auto-imunes e as doenças crónicas, onde se incluem as patologias cardiovasculares e a diabetes.

Estas doenças não só podem afetar a incapacidade de engravidar, como comprometem ainda o tratamento de fertilidade feito, sendo, por isso, fundamental vigiar o estado de saúde, alerta o organismo.

“Devido ao risco de hemorragia e trombose que aportam”, as doenças cardiovasculares, doenças da hemoglobina e relacionadas com a coagulação impõem “um maior cuidado no tratamento hormonal da infertilidade”. “No caso das mulheres grávidas, estas doenças exigem também uma maior vigilância durante o período de gestação e durante o parto. Descolamento da placenta e situações de parto prematuro são as mais comuns. Muitas vezes, responsáveis também por abortos de repetição. No caso dos homens, podem provocar dificuldades de ereção ou de ejaculação”, alerta a Associação Portuguesa de Fertilidade (APFertilidade) num comunicado enviado às redações.

No que diz respeito às doenças inflamatórias, “como sinusite crónica ou bronquite crónica, muito comuns entre a população portuguesa”, estas “impedem o movimento do embrião ao longo das trompas de falópio e em direção à cavidade uterina”. Já a asma e as dificuldades respiratórias “também influenciam o momento do parto, onde a respiração é fundamental”.

Diz ainda a APFertilidade que as “doenças da tiroide e outras auto-imunes como artrite reumatóide, espondilite anquilosante ou lúpus, por exemplo, podem igualmente ser causas de infertilidade, isto porque os anticorpos impedem a fecundação ou a implantação, podendo originar abortos de repetição por rejeição materno-fetal”. Mas, “além destas, também as doenças do trato intestinal, provocam, nos homens, a perda da qualidade do sémen e, nas mulheres, problemas associados à disfunção ovulatória e abortos de repetição”.

“As doenças neurológicas (degenerativas) estão sobretudo associadas à perda da líbido tanto na mulher como no homem, e dificuldades de ereção e de ejaculação, na sequência da perda de capacidades associadas a estas doenças. No campo das doenças psiquiátricas e mentais, a deficiência mental impede, por norma, o recurso a tratamentos de fertilidade. Situações como esgotamentos ou depressões também podem afetar o processo de gravidez. A saúde mental assume extrema importância na fertilidade”, explica a associação.

 

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