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Celular, conexão Wi-Fi, poluição, calor: afinal o que pode afetar a fertilidade masculina?

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Telefones móveis, cuecas apertadas, excesso de peso, tabagismo, abuso de álcool, excesso de exercícios físicos: todos já foram apontados como fatores que interferem na fertilidade masculina. E um novo estudo, recentemente publicado na revista Fertility and Sterility, sugere que as ondas de rádio Wi-Fi também podem afetar negativamente a motilidade dos espermatozóides e causar danos à fragmentação do seu DNA.

“Como é muito comum encontrarmos informações conflitantes, além de muitos mitos, sobre os fatores que afetam a fertilidade masculina, reunimos algumas considerações relevantes sobre o tema”, explica o urologista Sidney Glina, diretor do Projeto ALFA, Aliança de Laboratórios de Fertilização Assistida.

  • IDADE

Antigamente, acreditávamos que os homens mantinham-se igualmente férteis ao longo de suas vidas. Mas pesquisas recentes já fazem os urologistas acreditarem que a qualidade e a quantidade do esperma declinam lentamente, nos homens, que ao envelhecerem, apresentam uma diminuição na produção de testosterona. A fertilidade masculina diminui progressivamente após os 50 anos de idade. “A maioria dos homens segue fértil até morrer, mas cerca de 20% passa a ter uma produção diminuída de espermatozóides. Além disto, nos gametas de homens com mais de 50 anos encontramos mais alterações genéticas do que nos gametas de homens mais jovens. No entanto, não temos evidências para afirmar que a idade do pai está ligada a problemas futuros no desenvolvimento infantil, tais como dificuldades de aprendizagem da criança”, afirma Sidney Glina.

  • ÁLCOOL

O álcool afeta a capacidade do organismo de absorver zinco, um nutriente vital para obtermos espermatozóides saudáveis. As pesquisas sugerem que beber moderadamente não provoca efeitos nocivos sobre a quantidade ou a qualidade dos espermatozóides. ”No entanto, muitos estudos comprovam que o consumo excessivo de álcool reduz a contagem de espermatozóides. Em relação às bebidas alcoólicas, moderação é a palavra chave”, aconselha o urologista.

  • ANTIOXIDANTES

Os problemas de fertilidade, em alguns homens, podem estar associados ao estresse oxidativo, desequilíbrio entre a formação e a remoção de agentes oxidantes do organismo, decorrente da geração excessiva de espécies reativas de oxigênio (EROs) e/ou diminuição de antioxidantes endógenos. “O estresse oxidativo está ligado ao estilo de vida de cada um. Assim, o excesso de peso, o álcool, a dieta, a poluição e o tabagismo podem contribuir para uma deterioração celular mais rápida. Alguns estudos têm demonstrado que homens com problemas de fertilidade que tomam suplementos antioxidantes (vitamina E, vitamina C, ácido fólico), bem como óleos de zinco e de peixe, aumentam suas possibilidades de conceber, mas isto não está completamente comprovado. De qualquer forma, é importante dizer que estes suplementos dietéticos também precisam de supervisão médica para serem ingeridos com segurança”, observa o diretor do Projeto ALFA.

  • PÍLULA ANTICONCEPCIONAL

Em 2009, o Vaticano publicou um relatório afirmando que a infertilidade masculina tinha aumentado por causa dos hormônios femininos sintéticos da pílula.  O documento alegava que os hormônios femininos liberados nos sistemas de esgoto encontravam seu caminho para o fornecimento de água e prejudicavam vários homens. “O relatório do Vaticano é visto com ceticismo por muitos cientistas, que defendem que o sistema digestivo do corpo absorve o estrógeno, por isso, é pouco provável que o hormônio da pílula seja liberado no meio ambiente, prejudicando a fertilidade masculina”, explica Sidney Glina.

  • DIETA

Uma dieta saudável “ajuda a manter” os espermatozóides saudáveis. Mas há poucas evidências de que dietas vegetarianas ou dietas ricas em proteínas tenham qualquer efeito sobre a capacidade de concepção. “Não há verdade na alegação de que os consumidores de carne são mais viris. Substâncias químicas chamadas fitoestrogênios, que são encontradas em alimentos como café, soja e cerveja, têm sido associadas à uma baixa contagem de espermatozóides, mas o link não está estabelecido”, diz o urologista.

  • EXERCÍCIOS FÍSICOS

Homens que se exercitam tendem a ser mais saudáveis,  o que se reflete na qualidade do esperma. “Mas a prática esportiva excessiva, especialmente em combinação com o uso de esteróides, anabolizantes e outras drogas ilícitas, pode diminuir a produção de testosterona e a contagem de espermatozoides”, afirma o médico.

  • CALOR

Há evidências de que manter os testículos aquecidos reduz a contagem de espermatozóides. ”Alguns autores acreditam que o uso do laptop no colo poderia prejudicar a capacidade de conceber, não devido à transmissão de sinais Wi-Fi, mas por causa do calor gerado pelos computadores portáteis. Esta informação ainda precisa ser comprovada, pois, no passado, achava-se que cuecas justas e banhos de sauna levavam à infertilidade, fatos que nunca foram comprovados”, comenta o urologista.

  • INFECÇÕES

Infecções sexualmente transmissíveis não tratadas podem ser causa de infertilidade masculina.  “A gonorréia pode afetar a fertilidade masculina, pois quando não tratada pode levar ao estreitamento da uretra e dos canais que conduzem os espermatozóides. Infecções virais como a caxumba também podem provocar danos permanentes aos testículos e levar à esterilidade masculina. Portanto, o uso do preservativo é algo altamente recomendável, bem como uma carteira de vacinação em dia, para proteger-se contra a caxumba”, aconselha o médico.

  • DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS

Inúmeros dispositivos eletrônicos, incluindo televisores, máquinas de lavar e dispositivos Wi-Fi emitem ondas de baixa energia, a radiação não ionizante. “São muitos os estudos que investigam as possíveis ligações entre a radiação não ionizante e os problemas de fertilidade masculinos. Até agora, as evidências não conseguiram relacionar efeito e causa. Os telefones celulares também têm sido associados à uma  baixa contagem de espermatozóides em alguns estudos, mas muitos cientistas permanecem céticos a este respeito”, informa o urologista.

  • PESTICIDAS E POLUENTES

Uma série de produtos químicos – solventes e pesticidas – tem sido associada a problemas de fertilidade masculina, mas as evidências sobre isto são poucas. “Alguns estudos têm demonstrado que a exposição regular a pesticidas pode afetar a qualidade e a quantidade de espermatozóides de trabalhadores agrícolas. Homens que trabalham na construção civil podem duplicar o risco de problemas de fertilidade devido ao contato com um solvente encontrado em tintas, adesivos e revestimentos. Assim, profissionais que trabalham diariamente expostos a produtos químicos precisam estar cientes dos riscos inerentes a esta função e usar vestuário de proteção adequado”, recomenda o médico.

  • RADIAÇÃO

Um baixo nível de radiação ionizante é encontrado no ambiente natural e é inofensivo. Já níveis mais altos de radiação produzidos por materiais como urânio e plutônio, raios cósmicos vindos do espaço, raios X e radioterapia podem danificar o material genético das células, representando um risco para a fertilidade masculina. “Há poucas evidências de que as viagens aéreas freqüentes ou a proximidade a uma estação de energia nuclear possa ter qualquer efeito sobre o esperma. Mas, se o seu trabalho significa que você está em risco de exposição à radiação, proteção adequada deve ser observada”, afirma Sidnei Glina.

  • USO RECRATIVO DE DROGAS

Alguns estudos sugerem que o consumo regular de drogas como maconha e cocaína pode prejudicar a fertilidade masculina. A maconha parece ter um efeito dramático sobre os espermatozóides, dificultando sua locomoção e sua chegada ao óvulo.  “Alguns medicamentos prescritos regularmente também podem afetar negativamente a fertilidade masculina. É importante conversar com seu médico sobre os efeitos da medicação que você toma regularmente”, informa o urologista.

  • TABAGISMO

Homens que fumam – entre um ou dois maços por dia – são mais propensos a apresentar anormalidades no esperma, mas o efeito sobre a fertilidade não é clara. ”Os efeitos do tabagismo são controversos, mas há efeitos irrefutáveis ​​do ato de fumar sobre a qualidade do esperma. Há também alguma evidência de que crianças, cujos pais eram fumantes inveterados, possam ser mais suscetíveis à leucemia”, conta o urologista.

  • ESTRESSE

O estresse pode causar alterações hormonais que podem afetar a fertilidade, mas esta relação ainda está longe de ser comprovada. ”Não conheço nenhum estudo mostrando que o estresse está diretamente relacionado à produção de espermatozóides. O estresse pode afetar a forma como você se relaciona sexualmente”, informa Sidney Glina.

  • PROBLEMAS DE PESO

O sobrepeso e a obesidade têm sido associados, em alguns estudos, com a baixa qualidade do esperma. “Os cientistas acreditam que isso acontece porque o estrogênio, geralmente presente em níveis baixos nos homens, pode ser liberado a partir de células de gordura, afetando a fertilidade masculina. Homens obesos também apresentam um aumento da temperatura testicular, o que também pode afetar a fertilidade masculina”, diz o urologista.

Fonte: Projeto Alfa – Reprodução Humana Assistida

Dificuldades para conciliar a carreira e a maternidade

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As dificuldades para conciliar a carreira e a maternidade podem afetar decisivamente a fertilidade feminina, no futuro? As respostas para este questionamento foram reunidas por pesquisadores da Universidade do Estado da Pensilvânia e divulgadas num artigo publicado recentemente no Family Relations Journal. Quando falamos em maternidade e carreira, primeiro, é preciso lembrar que homens bem-sucedidos não têm de lidar com nenhum tipo de opção muito difícil no âmbito pessoal. Geralmente, homens no mundo todo, que exercem qualquer profissão, inclusive os cargos diretivos, expressam livremente o desejo de ter filhos e os têm. Na verdade, “quanto mais realizado o homem”, maior é a probabilidade de que ele se case e tenha filhos.  Com as mulheres ocorre o inverso… Elas enfrentam os mesmos desafios que os homens em longos expedientes e sofrem as mesmas pressões de quem ocupa cargos importantes. Contudo, há desafios que são próprios de cada sexo. “A história da mulher no mercado de trabalho está sendo escrita com base em dois quesitos: a queda da taxa de fecundidade e o aumento do nível de instrução da população feminina. Estes fatores vêm acompanhando, passo a passo, a crescente inserção da mulher no mercado de trabalho e a elevação de sua renda”, explica o ginecologista Jonathas Borges Soares, diretor do Projeto ALFA, Aliança de Laboratórios de Fertilização Assistida.

Fonte – Projeto Alfa – Reprodução Humana Assistida

Livro de culinária infantil, escrito por nutricionista do Genta, contém receitas com açúcar

LIVRO MALU

Por Maria Luiza Petty, nutricionista

Além de membro do Genta, fui professora de culinária para crianças por alguns bons anos e depois de um tempo, resolvi escrever um livro com as receitas que achava mais interessantes.

Algumas semanas atrás, recebi o email de duas colegas nutricionistas fazendo uma série de críticas negativas ao livro Lugar de Criança é na Cozinha. Obviamente eu fiquei bastante chateada, afinal sempre é ruim ouvir críticas, mas apesar da chateação, elas me fizeram refletir muito e me inspiraram a escrever este post.

Antes de enfrentar a empreitada de publicar e bancar a impressão de 1.000 cópias de forma independente, eu fiz uma tiragem pequena e dei o livro para profissionais conceituados e que tenho grande admiração para eles o avaliarem. Dessa primeira análise, não recebi nenhuma crítica negativa, pelo contrário, foram só elogios e incentivos. Mas ontem, me dei conta do viés dessa análise. As pessoas que avaliaram o livro enxergam a alimentação e a saúde da mesma maneira que eu, mas outros colegas têm uma visão diferente.

Por exemplo, ao criticar o fato de a receita de yakissoba levar lámen, o milk shake de banana levar sorvete e o guacamole ser acompanhado de salgadinho de milho, percebo o quanto o olhar das colegas está voltado apenas para a composição nutricional das preparações. Todas estas receitas estão dentro da seção do livro chamadaViagem Culinária. Nesta seção, tento mostrar que a culinária pode ser mais que uma receita, ela pode ser a oportunidade para estudar a cultura, a história e outras características de um povo.

Além disso, colocar a criança em contato com os diferentes alimentos (afinal, nessas receitas também temos cenoura, repolho, brócolis, pimentão, abacate, tomate, cebola, banana, etc.) auxilia na familiarização dos novos sabores e contribui para que elas os aceitem e ampliem a variedade alimentar consumida. Quando estamos trabalhando com crianças, a dificuldade de experimentar é um grande desafio e evidências científicas mostram que incluir alimentos conhecidos (sem neutralizar o sabor do alimento novo) pode auxiliar a criança reduzir seu medo de prová-lo e favorecer sua aceitação. Portanto, incluir um “miojo” na receita de yakissoba cheia de legumes ou sugerir que o guacamole seja consumido com salgadinho podem trazer bastante benefícios à alimentação da criança sim.

Mas fazer algumas crianças experimentarem um alimento não é nada fácil, nem mesmo cozinhando. Uma das estratégias que eu usava quando ministrava aulas de culinária era sugerir que elas provassem a preparação antes de colocar o sal e o açúcar (sim, as receitas do livro levam sal e açúcar!). Eu costumava pedir que elas avaliassem se estava suficientemente doce ou salgado e desta maneira, sem a pressão de “tem que comer porque faz bem à saúde”, muitas delas provavam, prestavam atenção, conheciam novos sabores e, quando necessário, acrescentavam um pouco mais de açúcar ou sal.

Uma das colegas que me escreveu sugere que eu faça o yakissoba com macarrão comum e o milk shake com banana congelada no lugar de sorvete. Essas mudanças podem até melhorar a composição nutricional das preparações, mas certamente eu estaria contribuindo para a destruição da cultura alimentar. Yakissoba é feito com lámen e milk shake é feito com sorvete! No livro também tem receita de macarrão com legumes e leite com banana, mas aí são outras receitas…

É importante frisar também que a proposta deste livro não é usar a culinária para alterar a composição nutricional de preparações. Seu principal objetivo é incentivar que as crianças cozinhem! Cozinhar com as crianças faz com que elas se familiarizem com os alimentos e mais, ensinar uma criança a cozinhar contribui para que ela se empodere e seja menos dependente de comida ultra processada para se alimentar.

Minhas colegas também disseram que entendem que a alimentação saudável pode incluir açúcar e alimentos processados de forma equilibrada, mas consideram desnecessário usar estes ingredientes, principalmente em um livro feito por uma nutricionista. Esta crítica me levou a refletir sobre a formação (ou a precária formação) dos nutricionistas, que só consideram necessário os alimentos que atendam às necessidades fisiológicas, esquecendo do seu papel como fonte de prazer, símbolo cultural, elemento de festividade, etc. Mas infelizmente, ou melhor, felizmente, a comida é muito mais do que um pacote de nutrientes.

Isso me faz lembrar de outra crítica que recebi: a presença da receita de crumble de maçã no livro pelo seu alto conteúdo de manteiga. Eu não sei qual a origem do crumble, mas eu conheci esta delícia quando morei na França, onde as pessoas dão muito valor ao prazer de comer e à culinária; na França onde as pessoas comem, sem culpa, muita gordura saturada sob a forma de manteiga e de deliciosos queijos; e na mesma França onde existem muito menos casos de obesidade, de doenças cardiovasculares e de transtornos alimentares do que no Brasil.

Por fim, uma das últimas críticas que recebi foi que as receitas do livro são básicas e pouco inovadoras. Sim, as receitas do livro são básicas – embora salada de legumes ao curry e lassi de manga, pratos indianos que estão no livro, por exemplo, não me pareçam assim tão básicos -, mas são receitas de comida de verdade, de comida que se encontra na casa da avó, no restaurante da esquina ou em um bistrô em Paris. As receitas do livro não levam chia, couve, óleo de cártamo, nem usam tâmara no lugar de açúcar. Elas levam frutas, verduras, óleo, azeite, massa de pastel industrializada, lámen, pêssego em calda, chocolate, brócolis, abobrinha, manteiga, sal e também açúcar. Portanto, se você considera que a presença de alguns desses alimentos nas receitas do Lugar de Criança é na Cozinha não contribui para que as crianças comam melhor, não compre este livro! Mas se você consegue entender a proposta e ficou morrendo de vontade de experimentar o crumble de maçã, é só entrar no site criancanacozinha.com.

Fonte: Grupo Especializado em Nutrição e Transtornos Alimentares

Criança confiante, criança feliz!

 

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Por Karin Dunker, nutricionista

Participei recentemente de um evento internacional sobre transtornos alimentares e gostaria de compartilhar aqui um tema apresentado. Discutia-se a influência que os pais podem ter na formação das atitudes em relação ao tamanho corporal e a imagem corporal de seus filhos, muito antes mesmo do que pensamos.

O assunto chamou a atenção, pois muitas vezes podemos passar mensagens despercebidas para nossos filhos quando demonstramos insatisfação com nossos próprios corpos, ou mesmo expressamos discriminação por corpos diferentes dos modelos atuais de beleza.

É consenso na literatura que as atitudes em relação ao tamanho corporal e a imagem corporal são formadas na primeira infância (2 a 5 anos), e que muitas crianças desta idade já associam características negativas às pessoas obesas e positivas aos magros (Damiano et al, 2015). Os pais e familiares têm um papel formativo no desenvolvimento da imagem corporal, uma vez que são eles que têm o papel de controlar o acesso à mídia, servem de exemplo quanto às suas atitudes (ex: avaliação que fazem de si mesmos e dos outros), comportamentos (ex: prática de exercícios, hábito de fazer dietas), e os comentários e críticas que fazem em relação à aparência (Hart el al, 2015).

A partir de estudos sobre o assunto (ver referências abaixo), o grupo de estudiosos da Austrália desenvolveu e criou um programa voltado para pais de crianças na faixa etária de 2 a 6 anos que se chama “Confident Body Confident Child“. O programa coloca algumas dicas valiosas que nos ajudam a refletir sobre nossas próprias posturas perante nossos filhos. Gaste um tempo para ler e ajude seus filhos a serem felizes!

Promovendo uma imagem positiva e uma alimentação saudável na sua família

Você deve:

Demonstrar aceitação das diferentes formas corporais.

Falar da importância de se ter um corpo ativo e saudável e não o magro e musculoso.

Aceitar seu filho do jeito que ele é, independente do seu peso, tamanho ou forma corporal.

Elogiar seu filho em áreas não relacionadas à sua aparência.

Ensinar seu filho que a comparação da sua aparência com os outros pode fazer eles se sentirem mal consigo mesmos.

Ensinar seu filho formas de lidar com os comentários negativos feitos pelos outros.

Falar com seu filho como a mídia promove padrões de beleza irreais sobre peso e aparência.

Ser um exemplo tomando o café da manhã todos os dias, encorajando seu filho a fazer o mesmo.

Fazer refeições em família regularmente.

Tornar o momento das refeições um momento prazeroso e relaxante.

Procurar por ajuda profissional se você detectar algum problema com seu filho em relação a peso, imagem corporal e alimentação.

Você não deve:

Criticar a sua aparência ou a dos outros.

Criticar ou zombar com a aparência do seu filho.

Permitir que outras pessoas zombem da aparência do seu filho.

Fazer dieta.

Pular refeições.

Encorajar seu filho a fazer dieta.

Sugerir que as pessoas vão gostar mais dele se ele tiver mais músculos, perder peso ou comer menos.

Permitir que seu filho tenha livre acesso à mídia que enfatiza padrões de beleza de magreza.

Deixar a TV ligada durante as refeições.

Usar a comida como recompensa ou punição por bom ou mau comportamento.

Usar a comida para acalmar seu filho.

Classificar alimentos como “bons” e “maus”.

Sugerir que os exercícios podem ser utilizados para perder peso ou ficar musculoso.

Referências sobre o assunto:

Damiano SR, Gregg KJ, Spiel EC, McLean SA, Wertheim EH, Paxton SA.  Relationships between body size attitudes and body image of 4-year-old boys and girls, and attitudes of their fathers and mothers. Journal of Eating Disorders. 2015, 3:16.

Hart LM, Cornell C, Damiano SR, Paxton SJ. Parents and prevention: a systematic review of interventions envolving parents that aim to prevent body dissatisfaction or eating disorders. Int J Eat Disord. 2015, 48:157-69.

Hart LM, Damiano SR, Chittleborough P, Paxton SJ, Jorm AF. Parenting to prevent body dissatisfaction and unhealthy eating patterns in preschool children: A Delphi consensus study. Body Image. 2014, 11:418–425.

Fonte: Grupo Especializado em Nutrição e Transtornos Alimentares

Até quando é possível adiar a maternidade?

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O adiamento da gravidez é uma escolha muito comum das mulheres, nos dias de hoje. O número de grávidas ou mulheres tentando engravidar na faixa entre 30 e 40 anos tem aumentado nos últimos anos. Pelo menos 20% das mulheres aguardam até os 35 anos para iniciar uma nova família. São muitos os fatores envolvidos na decisão de adiar a maternidade: a estabilidade profissional, a espera por um relacionamento estável, o desejo de atingir segurança financeira, ou, ainda, a incerteza sobre o desejo de ser mãe. Entretanto, é importante alertar estas mulheres sobre as conseqüências desta decisão: a idade pode afetar sua capacidade de conceber. É também importante informá-las sobre os tratamentos disponíveis que podem ajudá-las a engravidar, quando elas decidirem que o melhor momento chegou. Veja matéria sobre o assunto:

http://globotv.globo.com/rede-globo/bom-dia-brasil/v/obstetra-explica-as-novidades-da-tecnica-de-reproducao-assistida/1346910/

FONTE: Projeto Alfa ( Bom Dia Brasil)

Ao redor da mesa

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Por Priscila Koritar, nutricionista

Nessa semana, uma amiga vai defender o título de Doutora em Nutrição pela USP falando da importância das refeições em família. O novo Guia Alimentar Brasileiro aponta para a importância das refeições compartilhadas, e isso tem marcado a história da humanidade.

Diversos estudos americanos apontam que crianças que comem em família vão melhor na escola, desenvolvem menor dependência por álcool e drogas, têm mais facilidade para manter peso saudável, apresentam menor incidência de transtornos alimentares. Não só a literatura científica tem se debruçado sobre isso, mas diversos livros vem abordando essa temática na atualidade, reforçando a importância do comer compartilhado, indicando as refeições em família como uma oportunidade para ensinar a dividir, dividindo inicialmente comida, oportunidade de transmitir valores familiares e culturais, transmitir afeto, etc. Mas, infelizmente, no mundo atual onde tudo é rápido e os horários são incertos, o comer em família e o comer acompanhado foram sendo deixados de lado.

 Desde a antiguidade, nas mais diversas culturas, as pessoas se reúnem ao redor da mesa, mais precisamente ao redor da comida, para comer, estar junto, festejar, enfim, compartilhar vida. Na semana passada, tivemos uma pequena demonstração de como o comer extrapola o nutrir: com a comemoração do Dia dos Namorados, muitos casais se reuniram para celebrar o amor compartilhando vida (e comida) ao redor da mesa.

Que possamos continuar a nutrir nosso corpo nutrindo nossa vida!!

Fonte: GENTA – Grupo Especializado em Nutrição e Transtornos Alimentares

Câncer e Fertilidade: Entenda o Assunto

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Mulheres que passam por um tratamento de câncer não precisam abandonar o desejo de ser mãe. Homens também podem continuar com o sonho de ser pai biológico. Quem nos diz isso é o Dr. Newton Busso, especialista em fertilização e sumidade no assunto. Esclareça aqui as principais dúvidas que giram em torno desta questão.

 Instituto Oncoguia – O que é um médico fertileuta?

Dr. Newton Busso –A palavra fertileuta não existe, mas significa o médico “especialista” em infertilidade conjugal.

Instituto Oncoguia – Porque se preocupar com a preservação da fertilidade antes de iniciar um tratamento oncológico?

Dr. Newton Busso –O diagnóstico de vários tipos de câncer se faz cada vez mais precocemente e os tratamentos são cada vez mais eficazes, fazendo com que a chance de cura seja mais alta. Nestas condições, temos grande número de adultos que sobrevivem a um câncer e, como por consequência, têm uma vida normal.  O problema é que muitos tratamentos levam a infertilidade por cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. Portanto, nestas pessoas nas quais há chance de cura e são jovens devemos alertá-las sobre o risco e as alternativas de tentar preservar sua fertilidade.

Instituto Oncoguia – Todo paciente diagnosticado com câncer pode preservar sua fertilidade?

Dr. Newton Busso –Isso depende de alguns fatores: do tipo de câncer, da idade da pessoa, do estadiamento da doença e, consequentemente, da sobrevida deste paciente.

Instituto Oncoguia – Com quem discutir a possibilidade de recorrer a técnicas de preservação da fertilidade?

Dr. Newton Busso –O adequado é discutir a fertilidade com um especialista na área (o fertileuta), seja ele ginecologista ou urologista.

Instituto Oncoguia – Quais são as opções disponíveis para a mulher?

Dr. Newton Busso –A mulher pode preservar óvulos, tecido ovariano ou embriões, caso já tenha um parceiro.

Instituto Oncoguia – E para o homem, doutor?

Dr. Newton Busso –O homem tem a preservação mais simplificada, pois pode colher sêmen por masturbação sem nenhum preparo prévio.

Instituto Oncoguia – E quando o tratamento oncológico não pode esperar?

Dr. Newton Busso –Na mulher, principalmente, não há o que fazer, pois para qualquer coleta (congelamento de óvulos, embriões ou tecido ovariano) necessita de preparo prévio ou cirurgia prévia.

Instituto Oncoguia – Em geral, quais são as chances de ter um filho usando as técnicas de fertilização em laboratório?

Dr. Newton Busso –Esta pergunta é de difícil resposta, pois depende de grande número de fatores, como a idade da mulher, a qualidade do sêmen, doenças associadas, número e qualidade dos óvulos congelados. Podemos dizer que a média para mulheres abaixo de 38 anos é cerca de 35%.

Instituto Oncoguia – Depois do tratamento oncológico, quanto tempo esperar para engravidar?

Dr. Newton Busso –Quem define o tempo para engravidar é o oncologista.

Instituto Oncoguia – E a gravidez é normal como a de qualquer outra mulher que não tenha passado por tratamento oncológico?

Dr.  Newton Busso – A gestação, quando ocorre, é semelhante a qualquer outra.

FONTE: ONCOGUIA

Detox

detox mental

 

Por Ana Carolina Pereira Costa, nutricionista

Apesar de já não ser mais a “última moda” nutricional, ainda escuto alguns pacientes e profissionais falarem de “dietadetox”. O nome é inadequado por si só, já que nosso corpo (especialmente nosso fígado) é plenamente capaz de destruir e de se livrar das substâncias nocivas ao nosso corpo, sem precisar de um alimento x ou y ou mesmo de um dia à base de líquidos para tal.

O que eu proponho nesse post não é mais uma sugestão de “dieta detox”, e sim um “detox mental”. Sugiro que cada um de nós possa refletir sobre as questões abaixo:

  • Quanto tempo do seu dia você reserva/prioriza para si mesmo? Você sequer tem tempo para cuidar de si mesmo todos os dias, nem que seja meia hora?
  • Quanto tempo você gasta ao dia com situações que “roubam” energia e dificultam o cumprimento das suas obrigações diárias? Ex: quantas vezes ao dia você checa suas redes sociais? Quanto tempo gasta com isso diariamente?
  • Você tem dado atenção a todas as áreas envolvidas em seu autocuidado: físico (dormir o suficiente, comer frutas e vegetais todos os dias, beber água suficiente, ter roupas confortáveis e que te agradem, fazer uma atividade física prazerosa, receber massagens); espiritual (exercitar sua espiritualidade, fazer parte de uma comunidade espiritual/religiosa, se engajar em um trabalho voluntário); psicológico (cultivar amizades, fazer terapia, ler textos inspiradores, brincar com animais e/ou crianças, escrever um diário, cultivar um hobbie, exercitar a gratidão e o positivismo, comunicar-se de forma assertiva)?
  • Você já pensou o quanto um autocuidado deficiente pode impactar na sua relação com a comida? Será que você não está buscando o alimento como única fonte de prazer na vida ou como mecanismo de enfrentamento de emoções?

Ou seja: em que áreas da sua vida você precisa de um detox?

Boa semana a todos!

Fonte: GENTA – Grupo Especializado em Nutrição e Transtornos Alimentares

Vida de cobaia

vida de cobaia

Por Érika Checon Romano, nutricionista

Nessa semana, li uma matéria interessante falando sobre “vida de cobaia”, cujas pessoas envolvidas colocavam o corpo à disposição da ciência para testar novos medicamentos, quer para buscar a própria saúde, ou dinheiro ou o progresso da humanidade. Cada país tem suas regras e sabe-se que esse caminho obscuro pode trazer efeitos bons ou ruins, com a possibilidade de sequelas para a vida toda.

A matéria decorre, mostrando alguns efeitos graves que voluntários sofreram, e nessa hora não tive como não associar com as dietas da moda.  Quando você aceita fazer qualquer dieta, entrando nesses “classificados da pseudociência do emagrecimento”, está testando seu corpo com falsos milagres nutricionais, hora retirando carboidratos, hora aumentando proteína, hora limitando glúten ou lactose sem necessidade. Cada mês uma regra nova, ditada pela bilionária indústria do emagrecimento,  seguida por um exército de voluntários inconscientes que testam em seus corpos novas formas indiscriminadas de perder peso. Nesses casos, as sequelas também podem ser muito graves e para uma vida inteira. Cuidado.

Então, antes de seguir rigidamente regras impostas por alguém que nem sequer conhece você, antes de permitir que outros ditem o que você pode por em seu prato, olhe para si. Conecte-se com o que você quer e a real importância que sua saúde tem. Não seja mais um número para engrossar as cobaias à procura de uma recompensa que nunca vai chegar: uma perda de peso saudável e possível de ser mantida através das dietas da moda.

Fonte: GENTA – Grupo Especializado em Nutrição e Transtornos Alimentares

A vida é bela

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Por Ester Soares Paulino, nutricionista

Começou na sexta à noite.

Recebo a mensagem da clínica onde trabalho: paciente, 13 anos, ideação suicida, uso excessivo de laxantes, grave restrição alimentar.

Eu respondo: estarei na clínica logo pela manhã, antes do café, para avaliação.

Chego bem cedo. 07:00. Leio o prontuário. Triste. Porém, a vida ali retratada. Triste.

Após o café da manhã da paciente (1/2 copo de suco de laranja), me encaminho para conversarmos.

“Odeio meu corpo, sei tudo sobre calorias, peso é a coisa mais importante da minha vida”. Ela tem 13 anos!

Bem, este post não será mais um triste relato de uma adolescente com graves problemas com alimentação e uma importante distorção da imagem corporal. Afinal, o título diz: a vida é bela.

E foi este acontecimento que me levou à reflexão naquele sábado ensolarado . Tão lindo. Outono.

Sol, ventinho mais gelado. Lindo.

No caminho para casa, ouvindo rádio, o repórter chama a próxima atração: gordices! Ele fala de um brownie delicioso. Envio uma mensagem para a rádio: por que não trocar gordices por delícias? Quis comer o brownie.

Taí, talvez nossa luta cotidiana, nutricionista. Ver, ouvir criticamente o que nos oferecem. Debater, confrontar e lutar contra o terrorismo nutricional do dia a dia. Talvez oferecendo uma vida menos complicada, menos meninas e meninos de 13 anos tenham que se preocupar tanto com o peso e a comida.

Quantas coisas importantes temos que pensar em nossas vidas. Tantas coisas lindas  ou nem tantas, para serem vistas, vividas. E alimentação é só mais uma delas.  Como disse sabiamente Ellyn Satter sobre o “comer normal”, num texto que adoro (traduzido livremente): “a alimentação é só uma das coisas importantes de nossas vidas, entre tantas outras.”

Leia:

Your Child’s Weight: Helping Without Harming  – Ellyn Satter

Fonte: GENTA – Grupo Especializado em Nutrição e Transtornos Alimentares